O
deputado Osmar Serraglio no túnel que liga a Câmara a um dos edifícios anexos.
Ele afirma que a CPI dos Correios reuniu provas “quase matemáticas” do mensalão
(Foto:
Celso Junior/ÉPOCA)
Com o
plenário quase vazio, a noite da quarta-feira era atípica na Câmara Federal,
quando o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) chegou sorridente e subiu à
tribuna. Conhecido tanto pela calma como pela rigidez, Serraglio fez um
discurso duro, a pouco mais de um mês do julgamento do mensalão pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
Relator
da CPI dos Correios, que investigou a compra de apoio de parlamentares ao
governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Serraglio defendeu a investigação da
comissão. Atacou de forma veemente os que propalam a tese de que o mensalão foi
apenas um episódio de caixa dois de campanha eleitoral.
Em
entrevista publicada na edição de ÉPOCA que chega às bancas e ao seu tablet
(baixe o aplicativo) neste
fim de semana, Serraglio expõe o que considera as provas da existência do
esquema e revela bastidores da investigação.
A
seguir, um trecho da entrevista:
ÉPOCA – Por que o senhor diz que se aborrece quando alguém usa a
expressão “farsa do mensalão”?
Osmar Serraglio – Porque não é a mim apenas que se
desacredita, mas a um trabalho do Congresso. Eram 16 senadores e 16 deputados
titulares, mais 32 suplentes. Todo esse exército trabalhou, colaborou, vigiou o
trabalho da CPI. O Congresso já tem dificuldades para se firmar e, quando faz
um trabalho denso, aprofundado, se diz que não houve nada do que se levantou?
ÉPOCA – A CPI dos Correios obteve provas do mensalão?
Serraglio – Quase que matemáticas. Tenho convicção
absoluta. Tivemos peças que eram intestinas desse emaranhado. Marcos Valério e
Roberto Jefferson: tudo o que eles falaram restou comprovado. Roberto Jefferson
era o líder de um partido. Frequentava o poder, acompanhava, e ele mesmo fala
que alertou – para os fatos que estavam acontecendo – o (então)
presidente (Luiz Inácio Lula da Silva). Hoje procura se desacreditar
Roberto Jefferson porque ele foi cassado.
ÉPOCA – Dizem que Roberto Jefferson foi cassado porque mentiu ao
inventar a existência do mensalão. É verdade?
Serraglio – Isso é uma falácia. Ele foi cassado
porque integrou o mensalão. Ele recebeu R$ 4 milhões.
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